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Minta & The Brook Trout + The Poppers [reportagem + entrevista]

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Os Minta & The Brook Trout e os The Poppers passaram este sábado, 16 de Fevereiro, pelo Cinema-Teatro Joaquim D’ Almeida do Montijo. O Idealteca assistiu aos dois concertos e conversou com os seus protagonistas.

O Cinema-Teatro Joaquim D’Almeida foi o palco de estreia no Montijo para os Minta & The Brook Trout, que apresentaram Olympia, o seu mais recente álbum de originais, que tem sido muito bem recebido e que encerrou 2012 com o 10º lugar na lista dos melhores discos nacionais da revista Blitz. “Eggshells”, o tema que inicia Olympia, abriu o concerto; uma música tímida e introvertida. Seguiram-se “Blood and Bones” e “Future Me”, que foram progressivamente dando um maior ritmo ao espectáculo.

O génio de Francisca Cortesão facilmente se evidenciou em músicas como “From The Ground” ou o single “Falcon”, através do qual muitas pessoas ficaram a conhecer Minta & The Brook Trout, que contou também com um dos mais enérgicos desempenhos de Nuno Pessoa, na bateria, nessa noite.

O reportório de Minta & The Brook Trout não se resumiu, no entanto, a Olympia, contando também com temas do homónimo Minta & The Brook Trout, de 2009, como “On Lust”, com uma versão angelical de “Clever Knot” dos D+ e com a “You Swan, Go on” dos Mount Eerie, ambos covers de projectos musicais oriundos do estado de Washington, uma grande influência na música de Francisca Cortesão.

Após “Family”, uma enorme salva de palmas do público empurrou a banda de volta para o palco para um encore de duas músicas: “A Song to Celebrate Our Love”, um dos trabalhos mais antigos de Minta, e “Large Amounts” encerraram o concerto. Os Minta & The Brook Trout decerto terminaram o concerto seguros de que haviam deixado uma boa e duradoura imagem no Montijo. Foi a prova de que a banda não apenas é um dos projectos mais aliciantes do panorama actual português, mas também de que Francisca Cortesão já domina a arte de fazer boa música.

Seguiram-se os The Poppers, que tomaram o palco de assalto. A energia e a sonoridade dos quatro elementos da banda não deixa ninguém indiferente.

Fizeram do palco a sua praia e entre as primeiras músicas apenas houve tempo para um “Obrigado, Montijo”. Não quebrando o ritmo, foi para cantar o primeiro single do primeiro álbum, “Days Of Summer”, que chamaram ao palco um amigo da banda, conhecido de todos: Miguel Ângelo, vocalista da já extinta banda Delfins. Rai, vocalista dos The Poppers, confiou-lhe um microfone e este dueto improvisado conduziu-nos para o nosso amor de verão. Todos temos um.

Nunca deixando a sua personagem, Rai lembrou-nos de que apesar de o Cinema-Teatro Joaquim D’Almeida ter cadeiras, estávamos «num concerto de rock» e por isso, aproximando-se do público, mesmo sem microfone, a sua voz triunfou no auditório. Numa impossibilidade de ignorar as “ondas rockeiras” vindas dos instrumentos, a sala levantou-se.

«Há alguém que saiba tocar guitarra?» – estas palavras ecoaram por entre um público intimidado. Rai trepa pelas cadeiras chegando enfim a um “voluntário à força”. Um momento de agradável descontracção provou que não é necessário ser-se guitarrista para se poder subir ao palco com os The Poppers. O concerto prosseguiu e foi altura para um cover dos Talking Heads, “Psycho Killer”, sempre com uma mística “popperiana”. Seguiu-se a última música do concerto. Bem conhecida aos ouvidos de todos, e a responsável pelo maior crescimento da banda, “Drynamill” anunciava um final grandioso.

Rai fez questão de chamar ao palco um coro porque «isto de ser um concerto de rock e vocês estarem sentados, é esquisito». Quem teve coragem subiu ao palco e formou o apelidado por Rai “coro do Montijo”. Os rapazes só tinham duas tarefas: cantar o refrão e divertirem-se. Com um palco cheio de animação, “Drynamill” ecoou pela sala.

Sem querer dar o concerto por terminado, os The Poppers voltaram para um encore, e, novamente, com uma participação especial.

A Fábrica, promotora do concerto, apesar de recente, mostrou-se competente ao apresentar um projecto ambicioso cujo sucesso foi notável. Uma excelente organização e um espaço intimista tornaram a noite de ontem numa memória inesquecível. Ficou provado que não é preciso atravessar fronteiras para se encontrar qualidade.


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